quinta-feira, 26 de junho de 2014

Barrinhas Caseiras

Aproveitando a receita que testei e foi aprovadíssima pelo controle de qualidade de amigos e pacientes, algumas perguntinhas aos queridos leitores que vieram buscá-la:

Qual a sua relação com a comida? 
Você prepara o que come? 
Você sabe o que está comendo?

Com o pouco tempo que temos e a facilidade que as indústrias alimentícias nos trazem, acabamos por não pensar o que estamos comendo ou qual o preparo dessa comida, nos distanciando do alimento que colocamos para dentro do nosso corpo. Logo, alguns valores ficam escondidos por conta dessa mecanização do alimento. Mas até que ponto esse alimento realmente consegue nos nutrir?
Há uma grande diferença entre criar uma galinha e mata-la para uma canja e tomar uma canjinha na padaria, o mesmo vale para aqueles docinhos cremosos com o leite de caixinha ao invés do leite da vaquinha da fazenda que você chama pelo nome, assim funciona para aquela laranja orgânica que você foi comprar no Pão de Açúcar e não tirou gratuitamente do pé em reverência a mãe natureza.

E se doce de leite é bom, por que não atuar no processo da vaca, do leite e do feitio desse doce para comer com mais prazer ainda?
O que realmente nos nutri? Será que o alimento que chega a você facilmente tem o mesmo valor nutricional daquele que teve em seus ingredientes o calor de suas próprias mãos?

Acho que já cheguei onde eu queria chegar, agora é hora do convite: vamos praticar uma meditação ativa dentro da nossa cozinha?
Pegue uma receita que lhe dá água na boca, pense nos ingredientes, vá busca-los da forma mais orgânica e natural possível, prepare esse alimento com o pensamento de que este é capaz de curar qualquer desequilíbrio com suas propriedade nutritivas (o amor e dedicação que você colocou nesse processo todo com certeza serão duas dessas propriedadees), e, então, coma e se possível divida o resultado com alguém. O meu resultado, divido agora com vocês!



Barrinha de Coco com Aveia

Meio Coco Seco
Meia xícara de Água
2 xícaras de Farinha de Trigo
1 xícara de Aveia em Flocos
Meia xícara de Açúcar Mascavo
Meia xícara de Açúcar Cristal
1 colher de chá de Fermento

Ligue o forno para pré aquece-lo enquanto prepara as barrinhas, fogo baixo. Misture a Farinha de Trigo, a Aveia, os Açucares e o Fermento, a parte. Bata o Coco com a Água no liquidificador. Misture esse "leite" formado no liquidificador com os ingredientes secos. Comece misturando aos poucos com a colher e, após tem colocado todo o conteúdo do liquidificador com os outros ingredientes, misture com as mãos até que a massa não grude mais em suas mãos. Estique a massa, corte no formato e espessura desejado e distribua numa forma untada apenas com óleo vegetal. A barrinha não cresce muito, mas é importante deixar um espaço entre uma e outra. O forno para assar a barrinha deve continuar baixo, mais ou menos 180º. Assim que o fundo da sua barrinha começar a dourar, ela já estará pronta para sair do forno!



Barrinha de Banana com Aveia

3 Bananas
2 xícaras de Farinha de Trigo
1 xícara de Aveia em Flocos
Meia xícara de Açúcar Mascavo
1 colher de chá de Fermento

Ligue o forno para pré aquece-lo enquanto prepara as barrinhas, fogo baixo. Misture a Farinha de Trigo, a Aveia, o Açúcar e o Fermento, a parte. Amasse as bananas em um prato a parte. Misture a banana já amassada com os ingredientes secos. Comece misturando aos poucos com a colher e, após ter colocado toda a banana com os outros ingredientes, misture com as mãos até que a massa não grude mais em suas mãos. Estique a massa, corte no formato e espessura desejado e distribua numa forma untada apenas com óleo vegetal. A barrinha não cresce muito, mas é importante deixar um espaço entre uma e outra. O forno para assar a barrinha deve continuar baixo, mais ou menos 180º. Assim que o fundo da sua barrinha começar a dourar, ela já estará pronta para sair do forno!

Dicas a mais:
Quando esticar a massa das barrinhas, você pode salpicar uma camada de açúcar mascavo ou cristal ou/e uma camada de aveia. Outra coisa é optar por ingredientes mais saudáveis para você, eu usei farinha integral e açúcar cristal demerara orgânico ao invés do açúcar branco. Esta já é a primeira oportunidade de você estreitar sua relação com a sua alimentação!

Sintam-se abraçados,

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Capitalismo: o Medidor do seu Sofrimento

Já parou para pensar sobre o seu sofrimento e por que não pode sofrer?
É evidente que sofrer não é uma das melhores coisas para desprender o tempo, mas partindo de um príncipio que todo equilíbrio faz-se de duas partes opostas, o que seria da felicidade plena sem o sofrimento, ela realmente seria? Será realmente saudável negar todo e qualquer tipo de sofrimento?
Quando sentimos um mal estar e tomamos imediatamente um comprimido para voltar ao trabalho. Quando não desmarcamos nossos compromissos mesmo após um trauma físico, mental ou emocional, pois o tempo não para e tempo é dinheiro. Quando descobrimos que o nosso mal estar, por vezes reprimido, é um câncer. Quando batemos o carro por estarmos apressado num estado mental totalmente alterado. Quem foi que disse que o seu sofrimento não merece um tempo?
A reflexão e digestão mental dos acontecimentos é tão importante quanto a digestão dos alimentos que ingerimos.
Hoje vejo muitos pacientes sofrendo por evitar o sofrimento!
Existe uma pressão tão grande de que se deve estar bem e feliz a todo momento para enfrentar o mundo, desbravar a rotina e aparecer no quadro de funcionário do mês, que a felicidade perde completamente o seu sentido, e ao invés da felicidade ser fruto das atitudes e impressões da própria pessoa ela se torna um objetivo a ser alcançado para satisfazer as pressões exteriores.
Todo e qualquer processo de cura exige um sofrimento ou a consciência de que ele existe. O quanto, o como e o por que sofrer, cabe a experiência de vida, a vontade e ao desejo de cada um e esse sofrimento deve ser respeitado já que ninguém é capaz de ter ciência absoluta sobre a vida que não viveu. O que para um pode ser banal pode ter o poder de desmoronar o mundo do outro e colocar-se no papel de juiz do sofrimento alheio é não conseguir observar o próprio sofrimento.
Faça uma tentativa: a próxima vez que começar a sofrer, sofra. Mas sofra mesmo. Se torne consciente de seu sofrimento, queira entende-lo ao invés de ignorá-lo para voltar ao trabalho, não engula nada sem que digira antes, perceba o quão necessário é continuar sofrendo e, se já lhe bastou o tempo para a digestão, siga a diante.
Tanto para a nossa felicidade, quanto para o nosso sofrimento, não é nada saudável deixar que os outros tomem as rédias de nossas vidas. O nosso corpo é extremamente dedo duro e se há qualquer tipo de sofrimento uma reflexão se torna necessária e conversar consigo escutando pacientemente pode ser o melhor remédio.
Deixo o desejo sincero de que o meu sofrimento diante da pressão em que o sistema nos impõe tenha feito o seu papel através desse texto, que só surgiu após a digestão de situações nada felizes. Não existe necessidade de apegarmo-nos a qualquer tipo de sentimento e muito menos juga-los, bom ou ruim. Todo e qualquer tipo de sentimento é fundamental e cumpre o seu papel sendo interdependente e impermanente, há de aceitar e agradecer cada um desses presentes. Afinal, não haveria luz se não houvesse a escuridão!



Sintam-se abraçados,